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O Evangelho de Mateus 12:12-14


 

“Quanto mais vale um homem do que uma ovelha! Portanto, é permitido fazer o bem no sábado”. Então ele disse ao homem: “Estenda a mão”. Ele a estendeu, e ela foi restaurada, e ficou boa como a outra. Então os fariseus saíram e começaram a conspirar sobre como poderiam matar Jesus. Mateus 12:12-14

 

A passagem de Mateus 12:12-14 continua a revelar o contraste entre a visão legalista dos fariseus e o enfoque misericordioso de Jesus. Ao afirmar que "é permitido fazer o bem no sábado" e ao curar o homem com a mão atrofiada, Jesus destaca que o amor e a compaixão superam qualquer interpretação rígida da Lei. A cura, um gesto de bondade e restauração, deveria ser motivo de alegria, mas os fariseus, em vez disso, conspiram contra Jesus, mostrando quão endurecidos seus corações estavam.

 

 Pensamento

 

1. A Cegueira dos Líderes Religiosos:

  

O fato de que Jesus tenha precisado dizer algo tão básico quanto "é permitido fazer o bem no sábado" é uma forte acusação contra a visão deturpada que os fariseus tinham da Lei. Eles estavam tão presos à letra da Lei, tão obcecados por sua interpretação rígida, que perderam completamente de vista o espírito dela, que é o amor e a compaixão. Jesus, ao curar no sábado, não apenas desafiou suas interpretações, mas revelou a verdadeira intenção de Deus por trás dos mandamentos: o bem-estar humano.

 

Os fariseus interpretavam a Lei de modo a impor limites até mesmo ao amor e à compaixão. Para eles, o cumprimento legal das regras era mais importante do que o bem-estar das pessoas. Isso demonstra como o legalismo pode cegar a mente e o coração, a ponto de ver um ato de bondade como uma violação da Lei.

 

2. A Reação de Jesus:

  

Jesus poderia ter evitado a cura naquele momento para evitar o conflito com os fariseus. Ele sabia que eles o estavam observando e que qualquer ação poderia ser usada contra ele. No entanto, Ele escolheu curar o homem porque, para Jesus, fazer o bem é uma prioridade, independentemente das consequências. Aqui, Jesus nos ensina que fazer o bem nunca deve ser condicionado ou adiado. O tempo de fazer o bem é sempre agora, e o amor ao próximo deve sempre ser uma prioridade, acima de qualquer norma ritual ou cultural.

 

3. A Reação dos Fariseus:

  

A reação dos fariseus, ao decidirem conspirar para matar Jesus, é o ponto culminante de sua cegueira espiritual. Eles estavam tão presos à defesa de suas interpretações que foram capazes de planejar o assassinato de alguém que realizava atos de compaixão. Isso revela uma profunda ironia: eles estavam dispostos a violar o mandamento "Não matarás" (Êxodo 20:13) para defender sua interpretação da Lei do sábado.

 

Essa atitude dos fariseus nos faz refletir sobre a tendência humana de usar a religião como uma arma. Muitas vezes, quando perdemos um argumento ou vemos que alguém não concorda conosco, nossa primeira reação não é tentar entender a perspectiva do outro ou buscar o diálogo. Ao contrário, nos tornamos defensivos, atacamos a pessoa em vez de tentar compreender a verdade. O comportamento dos fariseus é um alerta contra o perigo do fanatismo religioso, que prioriza a doutrina e as regras sobre o amor e o cuidado com as pessoas.

 

4. A Natureza dos Conflitos Teológicos:

  

No pensamento cristão, conflitos de interpretação e aplicação da Palavra de Deus são inevitáveis. No entanto, a maneira como lidamos com esses conflitos é o que realmente revela se estamos seguindo a Cristo. Jesus nos chama a responder com amor e compaixão, mesmo quando nossas interpretações diferem das de outros. Paulo, em 2 Coríntios 10:5, lembra-nos que a batalha que travamos é contra pensamentos e argumentos, e não contra as pessoas. É crucial que, ao defender a verdade, façamos isso de forma amorosa e respeitosa, sem atacar o caráter ou a dignidade dos outros.

 

Ao longo da história, muitos conflitos teológicos resultaram em divisões, amarguras e até violência. Isso ocorre porque, assim como os fariseus, muitas vezes permitimos que nosso orgulho e nossa necessidade de estar certos nos ceguem para a necessidade de amor e humildade. Jesus nos ensina que, mesmo quando estamos certos, a maneira como reagimos à discordância é fundamental. Amor, misericórdia e humildade devem sempre acompanhar nossa busca pela verdade.

 

5. Reflexão Pessoal:

  

Diante de um conflito teológico, como reagimos? Será que estamos mais preocupados em "vencer" a discussão, ou em agir de acordo com o coração de Jesus? Será que somos rápidos em julgar e condenar aqueles que não concordam conosco, ou estamos dispostos a ouvir com empatia e compaixão? Subjugar nossos pensamentos — especialmente aqueles que nos levariam a reagir com orgulho ou arrogância — é uma tarefa difícil, mas necessária. Jesus nos chama a vencer o mal com o bem (Romanos 12:21) e a ser instrumentos de paz e reconciliação, mesmo em meio a conflitos.

 

 Aplicação

 

Em nossos dias, assim como nos tempos de Jesus, há muitos debates e conflitos teológicos. As igrejas e comunidades cristãs enfrentam constantemente questões de interpretação e aplicação das Escrituras. No entanto, devemos lembrar que, acima de qualquer debate doutrinário, está o mandamento de Jesus de amar a Deus e ao próximo (Mateus 22:37-40). Este deve ser o critério que guia nossas ações e reações, especialmente em situações de conflito.

 

Em situações onde divergências surgem, como devemos proceder?

 

— Oração: Faça da oração sua primeira resposta. Antes de argumentar, leve suas preocupações e dúvidas a Deus. Peça a Ele sabedoria e discernimento para entender a situação com clareza e agir com amor.


— Humildade: Reconheça que ninguém tem o monopólio da verdade. Todos somos falíveis e estamos sujeitos a erros. Aborde cada situação com humildade, pronto para aprender e ouvir, em vez de julgar.


— Amor: Lembre-se de que a principal responsabilidade do cristão é amar. Mesmo quando discordamos, devemos tratar os outros com respeito, empatia e compaixão. Nossa prioridade deve ser sempre o bem-estar das pessoas, assim como foi para Jesus.

 

 Oração

 

Pai Santo, o Senhor conhece nossos corações e sabe que, muitas vezes, em nossa busca pela verdade

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