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O Evangelho de Mateus 12:22-26


 

Depois disso, levaram-lhe um endemoniado que era cego e mudo, e Jesus o curou, de modo que ele pôde falar e ver. Todo o povo ficou atônito e disse: “Não será este o Filho de Davi?” Mas quando os fariseus ouviram isso, disseram: “É somente por Belzebu, o príncipe dos demônios, que ele expulsa demônios”. Jesus, conhecendo os seus pensamentos, disse-lhes: “Todo reino dividido contra si mesmo será arruinado, e toda cidade ou casa dividida contra si mesma não subsistirá. Se Satanás expulsa Satanás, está dividido contra si mesmo. Como, então, subsistirá seu reino”? Mateus 12:22-26

 

A passagem de Mateus 12:22-26 nos revela um momento crucial no ministério de Jesus, onde Ele cura um homem endemoniado, cego e mudo, e, ao fazê-lo, gera uma reação de espanto entre o povo e oposição feroz entre os fariseus. O fato de que os fariseus atribuíram o poder de Jesus a Belzebu, o príncipe dos demônios, em vez de reconhecerem a obra de Deus, mostra o grau de cegueira espiritual e obstinação que eles tinham.

 

 Pensamento

 

1. A Cura e o Sinal Messiânico:

  

A cura deste homem cego e mudo é mais do que uma simples demonstração de poder; ela aponta diretamente para a identidade de Jesus como o Filho de Davi, um título messiânico. Quando o povo vê Jesus curando o homem, eles começam a se perguntar: "Não será este o Filho de Davi?" Ou seja, eles começam a perceber que Jesus poderia ser o tão esperado Messias. Jesus não apenas curava fisicamente, mas também restaurava as pessoas de forma completa — no corpo, mente e espírito. Sua obra de cura e libertação era um sinal de que o Reino de Deus estava entre eles, como Ele afirmaria mais adiante.

 

2. A Reação dos Fariseus e o Medo do Poder:

  

A resposta dos fariseus, atribuindo a cura ao poder de Belzebu, revela a profundidade de seu medo e inveja. Eles não estavam preocupados em discernir a verdade ou em reconhecer a obra de Deus; o foco deles estava em preservar seu status e poder. A popularidade de Jesus ameaçava diretamente sua autoridade sobre o povo. Assim, em vez de admitir que as curas de Jesus provinham do poder de Deus, eles fabricam uma acusação absurda, sugerindo que Ele estava agindo em nome do diabo.

 

3. O Argumento Lógico de Jesus:

  

Jesus, conhecendo seus pensamentos, responde com uma lógica simples e poderosa. Se Satanás estivesse expulsando Satanás, seu reino estaria dividido e, portanto, não poderia subsistir. O ponto de Jesus é claro: um reino dividido contra si mesmo está destinado ao colapso. Logo, seria ilógico pensar que Satanás estaria expulsando seus próprios demônios, pois isso enfraqueceria seu poder. A acusação dos fariseus não apenas carecia de fundamento espiritual, mas também era incoerente do ponto de vista racional. Jesus expõe a incoerência deles, revelando que sua oposição era motivada não pela verdade, mas pelo medo e pela rejeição da obra de Deus.

 

4. A Cegueira Espiritual dos Fariseus:

  

A cegueira espiritual dos fariseus é profundamente perturbadora. Eles estavam diante do Filho de Deus, que estava manifestando o Reino com sinais evidentes de libertação e cura, e ainda assim, seus corações estavam tão endurecidos que preferiram associá-lo ao diabo. Este é um lembrete poderoso de que o orgulho espiritual e o desejo de manter o poder podem cegar até mesmo os mais estudiosos das Escrituras. Eles estavam mais preocupados em manter suas tradições e sua posição do que em reconhecer o que Deus estava fazendo diante de seus olhos.

 

Este é um alerta para todos nós. Muitas vezes, em nossas próprias vidas, podemos nos tornar tão presos às nossas percepções, doutrinas ou posições que falhamos em ver a obra de Deus que está acontecendo ao nosso redor. Podemos até nos opor a quem está fazendo o bem, simplesmente porque isso desafia nossa zona de conforto ou nossas expectativas.

 

5. A Natureza dos Conflitos na Igreja:

  

A acusação dos fariseus de que Jesus estava agindo pelo poder de Belzebu pode nos lembrar de como, às vezes, dentro da própria igreja, irmãos e irmãs em Cristo são criticados ou julgados de maneira indevida. Em vez de buscar entendimento, diálogo e discernimento, há quem prefira atacar, espalhar rumores ou fazer julgamentos precipitados. É aqui que devemos ser cautelosos: criticar ou se opor ao trabalho de um irmão ou irmã em Cristo sem buscar entender verdadeiramente o que está acontecendo pode nos colocar em oposição à própria obra de Deus. Devemos, portanto, agir com humildade e oração, sempre buscando discernir a verdade antes de tomar qualquer posição.

 

6. Unidade no Reino de Deus:

  

A frase "todo reino dividido contra si mesmo será arruinado" também é uma advertência à igreja. A divisão é uma das armas mais eficazes do inimigo para enfraquecer o povo de Deus. Quando a igreja se divide por causa de disputas internas, invejas ou julgamentos precipitados, ela perde sua força e sua capacidade de testemunhar ao mundo o amor e a graça de Deus. Jesus chama seus seguidores à unidade, pois somente assim o Reino de Deus pode crescer e prosperar. Unidade na verdade, no amor e na missão de Cristo é essencial para a saúde e eficácia da igreja.

 

 Aplicação

 

1. Discernimento e Humildade:

  

Ao ver algo que não entendemos ou que nos incomoda dentro da igreja, nossa primeira resposta deve ser buscar discernimento em oração. Devemos ser rápidos para ouvir e lentos para julgar (Tiago 1:19). Em vez de espalhar rumores ou fazer suposições, devemos procurar a verdade com humildade e, se necessário, conversar diretamente com a pessoa envolvida. O propósito sempre deve ser a reconciliação, e não a condenação.

 

2. Vigilância contra o Orgulho Espiritual:

  

O exemplo dos fariseus nos mostra o perigo do orgulho espiritual. Eles estavam tão confiantes em seu conhecimento e poder que não conseguiram ver a verdade quando ela estava diante deles. Nós também devemos estar atentos a esse perigo. Ninguém está acima da correção, e todos nós devemos estar abertos ao que Deus está fazendo, mesmo que isso desafie nossas percepções ou convenções.

 

3. Unidade e Amor na Igreja:

  

Para que o Reino de Deus prospere, a unidade entre os seguidores de Cristo é essencial. Devemos buscar sempre edificar uns aos outros, em vez de dividir. O inimigo adora causar divisões dentro da igreja, e nós devemos lutar contra isso, promovendo o amor, o respeito e a paz entre os irmãos e irmãs. Onde há unidade no Espírito, há poder para realizar a obra de Deus.

 

 Oração

 

Pai Todo-Poderoso, nós reconhecemos nossa fraqueza diante das tentações de julgar e condenar nossos irmãos. Perdoe-nos quando, em nosso orgulho, resistimos à obra que o Senhor está fazendo em nossas vidas e em nossa comunidade. Dê-nos discernimento para ver com clareza, sabedoria para agir com justiça, e um coração cheio de amor e misericórdia. Que, em tudo, possamos ser instrumentos de unidade e edificação no Seu Reino. Em nome de Jesus, nosso Salvador, oramos. Amém.

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