O Evangelho de Matheus 10:21
- Fontes, Elias T.
- 28 de out. de 2024
- 3 min de leitura
“O irmão entregará à morte o seu irmão, e o pai, o seu filho; filhos se rebelarão contra seus pais e os matarão.” Mateus 10:21
Em Mateus 10:21, Jesus aborda a dura realidade de que, em alguns casos, a fé pode causar profundas divisões até mesmo dentro das famílias. As palavras de Cristo não são meramente figurativas, mas proféticas e reais, refletindo o custo do discipulado em situações de perseguição, inclusive dentro do núcleo familiar. Isso pode causar dor e confusão para o discípulo, especialmente quando se vê rejeitado por aqueles que deveriam ser seus mais próximos apoiadores.
Pensamento:
Quando Jesus afirma que a divisão pode ocorrer entre irmãos, pais e filhos, Ele está enfatizando que seguir a Ele pode exigir sacrifícios profundos, até mesmo a ruptura de laços familiares. Essa realidade é uma das mais difíceis para o discípulo de Cristo, pois envolve renunciar àquilo que é mais íntimo e precioso para muitos: a família. Isso coloca o discípulo em uma posição desafiadora, onde ele deve pesar a fidelidade a Jesus em relação à sua própria segurança e relacionamentos pessoais. No entanto, o chamado de Cristo é claro: Ele deve ser a prioridade absoluta.
Essa passagem também nos lembra que a perseguição aos cristãos não é algo do passado. Em muitas partes do mundo, especialmente em países onde o cristianismo é minoria ou onde regimes opressivos dominam, essa profecia se cumpre de maneira trágica. Cristãos enfrentam o exílio de suas próprias famílias, são denunciados por seus parentes, e em muitos casos, pagam com suas vidas. Para esses irmãos, o preço de seguir a Jesus é extremo, e como corpo de Cristo, nós que vivemos em contextos mais seguros devemos nos sentir responsáveis por apoiá-los, tanto com orações quanto com ações práticas de solidariedade.
Ao mesmo tempo, para aqueles que não enfrentam esse tipo de perseguição direta, a aplicação dessa passagem pode estar relacionada a outros tipos de conflitos dentro do ambiente familiar e social, que surgem por causa da fé. Em sociedades onde há uma aparente liberdade religiosa, os cristãos podem ser marginalizados por suas convicções e valores, especialmente quando confrontam as normas culturais ou defendem princípios morais que contrariam o consenso social. O discípulo de Jesus é chamado a manter-se firme, mesmo diante dessas pressões, lembrando que sua lealdade principal é a Cristo.
Ainda que a maioria dos cristãos não viva em contextos de perseguição extrema, é nossa responsabilidade como corpo de Cristo apoiar aqueles que sofrem. Existem várias formas de fazer isso, desde contribuições financeiras para organizações que ajudam cristãos perseguidos, até orações contínuas por esses irmãos. A plataforma Portas Abertas, por exemplo, oferece a oportunidade de conhecer histórias reais de cristãos que estão sofrendo por sua fé e que precisam de apoio espiritual e material. Assim, a Igreja pode cumprir o chamado de ser uma comunidade unida em Cristo, onde "se um membro sofre, todos sofrem com ele" (1 Coríntios 12:26).
Oração:
Pai de misericórdia, eu me coloco diante de Ti em intercessão por todos aqueles que, por causa de sua fé em Cristo, enfrentam perseguição de suas próprias famílias. Ajuda-os a perseverar, a enxergar a fidelidade de Jesus como seu maior tesouro, e a encontrar consolo na comunhão contigo e com a verdadeira família espiritual em Cristo. Que a Tua graça os sustente, que eles sejam fortalecidos no Senhor e que, mesmo em meio ao sofrimento, possam testemunhar da esperança e do amor que têm em Ti. Que eu também seja um canal de apoio para esses irmãos, seja através de orações, ajuda financeira ou palavras de encorajamento. Em nome de Jesus eu oro. Amém.
Essa reflexão nos lembra que, enquanto seguimos a Jesus, nem sempre a jornada será fácil. O custo do discipulado pode ser elevado, e para muitos, isso inclui perder o apoio de familiares e amigos. No entanto, o chamado de Jesus é claro e exige nossa lealdade incondicional. Mas, ao mesmo tempo, Ele nos promete que, ao carregarmos nossa cruz, Ele estará conosco, fortalecendo-nos e usando nossas vidas como um testemunho poderoso do amor e da verdade de Deus. Que possamos sempre lembrar de nossos irmãos que enfrentam esses desafios e interceder por eles, pois somos todos um corpo em Cristo.
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