O Evangelho de Matheus 7:3-5
- Fontes, Elias T.
- 10 de set. de 2024
- 3 min de leitura
“Por que você repara no cisco que está no olho do seu irmão, e não se dá conta da viga que está em seu próprio olho? Como você pode dizer ao seu irmão: ‘Deixe-me tirar o cisco do seu olho’, quando há uma viga no seu? Hipócrita, tire primeiro a viga do seu olho, e então você verá claramente para tirar o cisco do olho do seu irmão.” Mateus 7:3-5
Mateus 7:3-5 traz à tona a hipocrisia de julgar os outros enquanto ignoramos nossas próprias falhas. Jesus utiliza uma hipérbole, um exagero intencional, para ilustrar de forma clara o quão absurdo é focar no erro dos outros quando não lidamos com nossos próprios pecados. A imagem da viga e do cisco é quase cômica, mas profundamente impactante: é impossível corrigir os outros se não conseguimos enxergar e corrigir o que há de errado em nós.
Pensamento:
O ponto principal dessa passagem é a tendência humana de enxergar os erros dos outros com uma lupa enquanto diminuímos ou ignoramos nossas próprias falhas. Jesus está condenando o espírito crítico que constantemente procura falhas nos outros e, ao encontrá-las, as condena com severidade. Essa atitude é o oposto da misericórdia que Ele nos ensina. Na verdade, aqueles que mais julgam os outros com rigor são, frequentemente, os mais cegos em relação às suas próprias falhas.
A reflexão de Fritz Rienecker, que observou como tendemos a ver nossos erros com uma lente de redução e os dos outros com uma lente de aumento, é bastante precisa. Somos rápidos em justificar nossos próprios pecados, enquanto aplicamos uma medida dura e impiedosa aos demais. O problema está na hipocrisia que isso envolve — ao tentar corrigir os outros sem primeiro confrontar nossos próprios erros, não só somos injustos, mas também ineficazes. Somente quando lidamos com nossas falhas, com um espírito de humildade e arrependimento, podemos ajudar verdadeiramente os outros.
Jesus nos ensina a agir com mansidão e misericórdia ao corrigir os outros. O apóstolo Paulo, em Gálatas 6:1, nos lembra que, ao restaurar alguém em erro, devemos fazê-lo com espírito de mansidão, reconhecendo que também somos suscetíveis a falhas. Em Colossenses 3:13, ele nos chama a suportar uns aos outros e a perdoar, assim como Cristo nos perdoou. Isso nos lembra que devemos tratar os outros com a mesma graça que desejamos receber de Deus.
Além disso, Jesus nos convida a olhar primeiro para nós mesmos. A correção começa em nós. Quando reconhecemos nossas falhas e buscamos a mudança, estamos mais aptos a ajudar os outros com amor e humildade. Essa autorreflexão nos ajuda a desenvolver empatia, mansidão e um coração quebrantado, disposto a corrigir com o objetivo de restaurar, e não de condenar.
Oração:
Gracioso Pai, ajuda-me a olhar primeiro para mim, para as falhas que preciso corrigir em minha vida. Livra-me do espírito crítico que busca julgar os outros sem misericórdia. Que eu possa ver as pessoas com o mesmo amor e paciência que o Senhor tem por mim. Dá-me um coração humilde e arrependido, e que eu possa, com mansidão, ajudar os que estão ao meu redor. Em nome de Jesus, eu oro. Amém.
Essa passagem nos lembra da importância de abordar os outros com misericórdia e da necessidade de autorreflexão contínua. A correção só tem valor quando é feita com um coração limpo, cheio de compaixão e humildade, sempre buscando restaurar, e não condenar.

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